Virada Sustentável: ativistas participam da cocriação do evento

O evento deixará legado para Porto Alegre, com o plantio de microfloresta e ações pela valorização da coleta seletiva

Nesta semana começou a Virada Sustentável (VS) em Porto Alegre. E nesta oitava edição na Capital gaúcha ela tem um sabor especial para mim. Desde meados de julho tenho trocado muitas mensagens, participado de reuniões e dedicado tempo ao conselho criativo do evento. Fui convidada para integrar o grupo devido ao meu engajamento nas causas socioambientais. Nos últimos anos, tenho me envolvido em iniciativas que me fizeram conhecer melhor outros lados da cidade. Venho interagindo com diferentes segmentos da cadeia de recicláveis, articulando grupos do coletivo POA Inquieta e cobrindo e escrevendo colunas, o que hoje chamam de produção de conteúdo, sobre temas socioambientais.

Joice, Carlos, eu, John e Lígia e Júlia na frente

Esta é a primeira vez que a organização chama pessoas da comunidade para cocriar, fazer junto a programação socioambiental. Produzir eventos envolvendo diferentes atores não é moleza. Por isso, parabenizo os conselheiros que dedicaram energia das suas agendas disputadas para dar conta do recado. Antes, era aberto um edital e eram escolhidas as atividades. Júlia Froeder, da coordenação da Virada, destaca que a ideia é também deixar algum legado positivo para cidade, como os murais do Lutz, no ano passado, e da Daiane dos Santos este ano.

Desde o primeiro encontro, o grupo foi unânime em destacar a necessidade de se trabalhar a coleta seletiva, a valorização do trabalho dos catadores na cidade que já foi um exemplo de gestão de resíduos sólidos. Além disso, cada integrante do conselho acabou propondo e abraçando iniciativas conforme a sua vivência. Isso gerou uma rica interação e uma programação singular para o público em geral.

Fazem parte do conselho criativo Joice Pinho, Daiana Schwengber, Kellen Pasqualeto, pela Apoena, o ativista climático John Wurdig, o professor do Núcleo de Caracterização de Materiais (NuCMat), que integra o Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil (PPGEC) da Unisinos, Carlos Alberto Mendes Moraes, a ambientalista do Instituto TodaVida Lígia Miranda, eu e a Julia Caon Froeder, que coordena os trabalhos pela equipe da Virada.

Neste ano, estão sendo trabalhados os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) 10 (Redução das Desigualdades); 12 (Consumo e Produção Sustentável); 13 (Ação contra a Mudança Global do Clima) e 15 (Vida Terrestre). Cada atividade está relacionada a um ou mais ODSs.

Valorização dos catadores na reciclagem

Um dos pontos altos desta Virada é uma programação que evidencia a importância dos catadores na reciclagem de Porto Alegre. Não é de hoje que essa categoria tem sofrido com uma série de problemas, desde a precariedade das instalações dos locais de trabalho até o baixo preço dos materiais para a venda.

Dá para saber mais desse contexto nas reportagens e textos que tenho publicado aqui na Sler. Inclusive encerrou há poucos dias a campanha de apoio às Unidades de Triagem. Por isso e muito mais, que o conselho pensou estratégias para aproximar o público da realidade de quem trabalha nas UTs.

Foi montada a exposição Dá Pra Reciclar?, que fica três dias na Casa de Cultura Mário Quintana; serão realizadas duas visitas à Cooperativa de Catadores da Cavalhada (Ascat) e à empresa Minhoca Urbana, onde é feita compostagem de resíduos orgânicos. Além disso, haverá a Celebração da Coleta Seletiva Viva POA no domingo pela manhã.

A celebração será uma cerimônia onde será lançada a Carta em Apoio aos catadores e catadoras das UTs, um movimento para reivindicar à prefeitura melhores condições de trabalho e termos de serviço para as 17 UTs que recebem os recicláveis pelo serviço de coleta.  A iniciativa da Apoena Socioambiental tem o apoio da Virada Sustentável, Poa Inquieta, Instituto TodaVida e NucMat Unisinos.

Nessa ocasião, representantes de cada uma das UTs e da Cooperativa Paulo Freire receberão uma homenagem, um troféu que tive a honra de criar juntamente com os amigos artistas Michele Bloedow e Paulo Cunha, ceramistas do Le Petit Estúdio Criativo, com a colaboração de Juarez Koehler e Mackly Philistin na confecção das bases em madeira de demolição.

Todos os envolvidos nesse processo dedicaram muito carinho e empenho para que as pessoas compreendam os motivos de adotarmos determinados cuidados com o meio ambiente. Somente com a união de esforços de todos os segmentos possíveis da sociedade é que podemos melhorar o contexto socioambiental onde estamos inseridos.

Confira a programação preparada pelo conselho criativo

Casa de Cultura Mario Quintana

Dias 10, 11 e 12 de novembro, sexta, sábado e domingo

Das 9h às 19h – Próximo à sala Sérgio Napp

Exposição “Dá Pra Reciclar?”

Nesta mostra, você saberá mais sobre o que dá para reciclar de verdade. A cada dia surgem novas embalagens que apresentam selos e se dizem recicláveis, mas não são.

Dia 12 de novembro, domingo – Das 11h às 11h30

No palco da Travessa dos Cataventos

Celebração da Campanha Coleta Seletiva Viva POA

Momento lançamento da campanha, entrega dos troféus às UTs e contação de histórias de luta e trabalho de catadores e catadoras.

ORLA 1

Dia 18 de novembro, sábado – Das 8h30 às 12h e das 14h às 17h30

Local: Saída e retorno da Orla 1, próximo do 360 POA Gastrobar

Visita: Para onde vai seu resíduo?

Haverá duas saídas, uma de manhã e outra à tarde, para visitar a Cooperativa ASCAT, uma das Unidades de Triagem e a Minhoca Urbana, uma unidade de compostagem que atende domicílios. A visita é gratuita, com limite de inscrições que podem ser feitas nesse link.

As saídas serão da Orla 1 (ao lado da PET gigante). Atividade coordenada pela Apoena Socioambiental.

ESCOLA ALBERTO TORRES, Vila Nova

Dia 14 de novembro, terça – Das 9h às 17h

Na Escola Estadual De Ensino Médio Alberto Torres (Av. Rodrigues da Fonseca, 1666, Vila Nova)

Plantio Microfloresta Urbana VSPOA

Serão plantadas 300 mudas de espécies nativas em 100 metros quadrados (três por metro quadrado) utilizando a metodologia do engenheiro Miyawaki, que foi popularizada nem Nova Deli, na Índia. Qualquer pessoa pode participar. Ferramentas e equipamentos como pás, luvas, enxadas, são bem-vindos. É preciso se inscrever nesse link.

Também participarão do plantio alunos e professores do Instituto Federal de Educação da Restinga e da Escola Estadual Raul Pilla. Parte das mudas foram doadas pela Smamus. A promoção é do Instituto TodaVida.

CCMQ, Redenção e Orla 1

Coleta de Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos

A Cooperativa Paulo Freire estará recolhendo resíduos, componentes eletrônicos presentes em equipamentos que não usamos mais podem ser reutilizados, reciclados ou recuperado. Isso ajuda a diminuir a demanda de novas matérias-primas, evitando a poluição e gerando renda para comunidades.

Exemplos de resíduos eletrônicos que serão coletados:

  • Eletrodomésticos: DVD, TVs, aparelhos de som, chaleira elétrica, cafeteira, câmeras fotográficas, lâmpadas LED
  • Comunicação: telefones, celulares, carregadores, fones, modem, roteadores, CDs, DVDs, disquetes, fita K7
  • Computadores: computadores, notebooks, teclados, monitores, impressoras, fontes, cabos, mouses, placas, estabilizadores

Atenção! São resíduos de equipamentos eletroeletrônicos mas não serão coletados (devem ser colocados em Pontos de Entrega Voluntária ou lojas onde foram comprados:

  • pilhas e baterias
  • cartuchos de tinta
  • lâmpadas fluorescentes e incandescentes

Dias 10, 11 e 12 de novembro – Das 9h às 19h

Na Casa de Cultura Mario Quintana

Dia 15 de novembro, quarta, feriado – Das 10h às 19h

Na Redenção, próximo à antiga avenida Setembrina

Dias 18 e 19 de novembro – Das 9h às 18h

Na Orla 1, próximo ao 360, POA Gastrobar

A promoção desta atividade é da Cooperativa Paulo Freire e do NucMat/Unisinos.

Foto da Capa: Luiz Munhoz / Virada Sustentável POA 2020

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