Regeneração contagiante

Jornalistas contam como histórias inspiradoras os impulsionam para realizar projetos

“Regeneração é você encontrar um espaço para fazer a diferença. Para não se deixar abater por notícias ruins disseminadas em redes sociais”. Essa definição de Regina Scharf serve pra evidenciar o seu trabalho,  de estruturar um site com mais de 1.300 experiências de recuperação de áreas nos distintos biomas brasileiros.

O encontro com Regina e Rodrigo Vieira da Cunha foi a oitava edição da segunda temporada Nas Ondas da Transição, no dia 30 de setembro de 2021. Os dois reforçaram a necessidade de praticarmos a “esperança ativa”, especialmente nesse momento histórico onde há tantas notícias ruins. Eles mencionaram vários exemplos que merecem ser citados. Inclusive, aponto neste espaço alguns com seus links.

Antes de qualquer referência, o próprio site da Regina, o Nova Mata, precisa ser reconhecido. Ela encontrou muitas organizações e negócios espalhados pelo Brasil trabalhando na regeneração. Mesmo morando em Portland, nos Estados Unidos, está conseguindo conectar iniciativas de pequenos, médios e grandes proprietários. Inclusive comentou o quanto é difícil as pessoas saberem onde encontrar sementes e mudas para distintos ecossistemas.

No mesmo dia da live, Regina informou o lançamento da rede Replantar, que soma indivíduos, coletivos e organizações dedicadas ao plantio de árvores, ao estímulo a novas ações e à valorização da biodiversidade brasileira. Entre os objetivos da Replantar estão a troca de experiência e conhecimento, a divulgação de histórias inspiradoras e a promoção de plantios.

Rodrigo, autor do livro Humanos de Negócios, que conta com um site próprio, pois é uma iniciativa com vários desdobramentos,  citou alguns cases, entre ele o de John Fullerton, que deixou de ser banqueiro e criou o Capital Institute. Fullerton confessa no livro que cinco obras foram decisivas para mudar sua perspectiva de mundo: Os limites do crescimento, de Donella Meadows (vale conferir artigo publicado na P22 sobre o livro; O negócio é ser pequeno, de E. F. Schumacher; For the common good (sem tradução para o português), de Herman Daly ( e todo o conceito de economia ecológica); Sincronicidade: o caminho interior de liderança, de Joseph Jaworsk e Holism and Evolution (sem tradução para o português), de Jan Smuts.

Para o CEO da Profile , há cada vez mais empresas interessadas em não perder o bonde da história, pois quem não evoluir, tende a desaparecer. Iniciativas como capitalismo consciente, Sistema B, Pacto Global e o movimentos impulsionado pelo ESG, conectados ao mercado financeiro, tem evidenciado a necessidade de se considerar  os impacto de longo prazo dos investimentos. O jornalista também citou as palavras de Fábio Barbosa, executivo que esteve à frente do Banco Real (e de  outras grandes empresas), e que atualmente é um dos sócios de Rodrigo na Profile. Para Barbosa, a sustentabilidade “faz as pessoas se movimentarem” devido algum dos três Cs: ou por convicção, conveniência ou por constrangimento.

Outra história lembrada por Rodrigo, foi a de Pedro Friedrich, considerado um embaixador do Sistema B. No livro, ele conta com detalhes, uma situação vivida por Pedro na montanha Fitz Roy no Chile. Mas não vou dar spoiler, veja a gravação ou leia o livro… Para dar um gostinho, vou descrever um trecho do livro, editado pela editora Voo:

“Aprendemos que frente a um problema de grandes dimensões, talvez insolúvel, só resta fazer uma coisa: dar um passo. Dar esse passo para onde parecer ser a melhor direção, mas acima de tudo, dar o passo. Dar um passo e depois outro simboliza que nos colocamos em marcha em direção a solucionar o problema. Colocar-se em marcha baixa a angústia e, ao baixá-la, vemos com mais clareza. E vendo com mais clareza, tomamos as melhores decisões. Assim, se o problema tiver uma solução, provavelmente a encontraremos. Por outro lado, descobrimos que o problema nunca é tão grande quanto parece naquele momento. E, finalmente, aprendemos que nunca devemos desistir!”

E mais

Como comentei na live sobre a Investigação Apreciativa, coloco aqui o link de um texto que fiz anos atrás do curso sobre o assunto.

Pergunta apreciativa, foco no positivo

Aqui também você pode saber mais do livro Reinventando as organizações, de Frederic Laloux, que também citei na live. A publicação, também pode ser encontrada na editora Voo, em uma versão  em formato de guia ilustrado.

 

Reinventando Organizações na prática — casos do RS

Práticas para organizações evolutivas são mostradas em workshop

 

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1 comentário em “Regeneração contagiante”

  1. Vera Rocha

    Parabéns Silvia. Importante visão sistêmica de um mundo que necessita de equilíbrio. Excelente entrevista e entrevistado.

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