Semana Lixo Zero em Porto Alegre abre com novidade no setor de resíduos
A Semana Lixo Zero de Porto Alegre foi aberta em grande estilo, com novidades para o setor e muita gente engajada na diminuição do volume de resíduos. Essa é a primeira edição da iniciativa, tocada por um grupo aguerrido de mulheres voluntárias, que está no calendário oficial da cidade. E teve até lançamento ao público da nova empresa, a Era, resultado da união de expertises da Arco (gerenciamento de resíduos) e da Preza (design de produtos, como óculos de armação de madeira).
Para Rodrigo Cury, da Preza, a nova empresa terá um amplo campo de atuação. “Vamos focar na economia circular, promover a cultura da sustentabilidade dentro das empresas”, anuncia o designer de produto. A Arco começou suas atividades em 2018 e tem promovido a reciclagem de diversos materiais, inclusive cápsulas de café. Por mês, recolhe uma tonelada e meia de cápsulas. A parceria com a Preza já vem rendendo frutos. Tanto que a empresa já desenvolveu e fabricou um estojo com a reciclagem de 230 cápsulas para a Três Corações. “Com o plástico são fabricados produtos, como o estojo, o metal vai para a reciclagem de sucata’, explica Rodrigo. Ele acrescenta que os restos de café são encaminhados para a compostagem industrial para virar fertilizante. Mas para toda essa cadeia funcionar é crucial que as pessoas façam a separação e o encaminhamento correto na origem de geração do resíduo.
A Semana Lixo Zero foi aberta no Revolution Hub, local que promete ser um ponto de conexões entre empreendedores antenados em inovação para a sustentabilidade e tecnologia na Capital. A abertura teve transmissão ao vivo no Youtube do Lixo Zero Porto Alegre. Os temas tratados rendem muitos desdobramentos. Até porque o terceiro maior gasto do município é na gestão de resíduos. E, vale lembrar: Porto Alegre já foi referência no tema, pois foi uma das primeiras capitais a contar com coleta seletiva, em 1990.
Luiz Zancanella, idealizador da ecobarreira, localizada próximo a foz do arroio Dilúvio, na avenida Ipiranga, afirma que desde que a estrutura foi colocada, em março de 2016, já impediu que fossem parar no Guaíba 840 toneladas de resíduos, principalmente plástico. A empresa Safeweb que instalou a ecobarreira desembolsou 250 mil reais na sua instalação e hoje gasta 20 mil reais com a manutenção do dispositivo. “Nossa intenção tem o objetivo de ajudar, de encontrar alguma solução para o problema do lixo, “explica.
Antes da pandemia, o Instituto Ecobarreira realizou ações de educação ambiental, levando crianças para conferirem o que acontece com os resíduos que vão para a reciclagem e os que acabam no arroio Dilúvio. Foram realizadas visitas ao Centro de Educação Ambiental da Vila Pinto, onde fica a Unidade de Triagem da Bom Jesus e na ecobarreira. A representante do CEA, Paula Medeiros, também esteve na abertura do evento, apresentando a sua organização e representando o Fórum de Catadores de Porto Alegre.
Luiz, que também é o CEO do hub Revolution, disse que outras cidades manifestaram interesse em instalar a ecobarreira. Mas é na região metropolitana de Porto Alegre, em Cachoeirinha, que o projeto está saindo do papel, no arroio Passinhos, por iniciativa do Ministério Público do RS.
Também participaram da abertura outras empresas, startups, incluindo o Projeto Raiz , que lida com compostagem e educação ambiental; a Pólen , que trabalha com logística reversa; a Rastra , desenvolveu um software para rastreabilidade do jeans e a Grendene, que está buscando tornar seus processos de fabricação e suas sandálias mais sustentáveis.
A Semana Lixo Zero conta com o meu apoio. Estou participando de diversas formas, inclusive vou doar mudas para serem entregues para quem levar resíduos na Ecofeira que será realizado no sábado, dia 30 de outubro. Não perca também a live do dia 28, que será sobre Inovação, entre a reciclagem e o reaproveitamento.
Foto de capa: @leandrosouzavaz, do instagram da @ecobarreiraarroiodiluvio