Aprender exercitando os sentidos

Ouvi meu coração e lancei um empreendimento em Porto Alegre completamente diferente. Um curso onde o participante aprende sentindo, fazendo, colocando a mão na massa, digo, no barro, para se dar por conta do seu processo de autoconhecimento e de como pode impactar positivamente no planeta. Com o nome Da argila ao jardim — Dimensões da Sustentabilidade na Prática”, as aulas são realizadas no meu próprio studio (desde 2017 transformei meu escritório de jornalista em atelier, espaço para atividades em grupo) no bairro Menino Deus, próximo à Cidade Baixa, zona central da Capital gaúcha.

O nome além de ser literal, também corresponde a uma metáfora, a de transformar a nossa própria matéria-prima, nosso ser, em algo belo que precisa ser cultivado, tratado e cuidado, pois tudo que tem vida precisa disso.

A proposta foi apresentada para dez mulheres, de várias faixas etárias, na primeira semana de maio. No lançamento, mostrei um pouco dos aspectos que serão desenvolvidos. Quem me conhece de tempos sabe que já atuei em várias frentes, em distintos papeis. Só que depois que comecei a compreender o sentido da Fluxonomia e como isso poderia mudar a minha vida e a de outras pessoas, percebi que precisava fazer algo novo nesse momento de intensas transformações. Hoje a mudança é tão rápida, que muitas vezes, ficamos tontos de tantos estímulos distintos chegando por todos os lados.

As mulheres foram as mais interessadas na proposta. A ideia também é trabalhar formas de melhorar a comunicação para o bem estar de tod@s.

É uma oportunidade para se ter experiências em grupo, para ativar processos de autoconhecimento através do fazer cerâmico e do contato com a natureza (de dentro e de fora). Juntei minhas paixões: a educação, a sustentabilidade, a arte e a comunicação para propor um aprendizado tão necessários nos dias de hoje: como viver bem no atual contexto.

Sangue de professora

Sou filha de professores, irmã de professoras. Fiz magistério, exerci pouco, mas tive muita vivência com educação não formal. Elaborei diversas cartilhas, formas de apresentação e fui estagiária e supervisora de estagiários de estudantes de comunicação. A intenção é propor atividades de aprendizagem fazendo com que os participantes sintam a experiência por meio da atenção aos sentidos, uma espécie de laboratório de sensibilidade.

Nos encontros, tato, olfato, visão, paladar, audição, mas principalmente o coração (intuição) serão aguçados de distintas formas. A intenção é oferecer um espaço para fluir a criatividade para ações de transformação. “Bolhas de sobrevivência” em Porto Alegre, para que as pessoas sejam o que desejarem ser e se sentirem plenas. A proposta prevê a utilização da arte a serviço da aceleração dos processos de autodesenvolvimento.

Essas bolinhas vermelhas são os frutos da aroeira, árvore nativa da Mata Atlântica. É muito comum na arborização urbana de algumas cidades.

No dia do lançamento do curso, montei uma mesa de sabores que para a maior parte das convidadas nunca tinha experimentado. E no cardápio integravam principalmente frutas nativas ou produzidas em larga escala no Rio Grande do Sul. Montei um arranjo com galhos de aroeira vermelha, cujos frutinhos são a pimenta rosa, fina iguaria da culinária contemporânea e outras frutas nativas orgânicas da nossa Mata Atlântica, como araticum e goiaba. Os galhos da aroeira peguei da arborização próxima a minha casa. Também disponibilizei pitaia, fruta de uma cactácea, torta de maçã sem açúcar e sem glúten, águas saborizadas com as ervas do meu jardim do oitavo andar de um prédio da zona central da Capital gaúcha.

A intenção é que cada um possa desfrutar do fluxo de energia do grupo para potencializar a percepção da necessidade de se viver o momento presente. A ideia é lançar mão de metodologias de grupo, leituras, debates, juntamente com o livre aprendizado e a liberdade de expressão.

A proposta consiste, ao longo do tempo

– na aplicação de metodologias para aprendizado em grupo

– atividades lúdico-produtivas

– exercícios práticos de Investigação Apreciativa e Comunicação Não Violenta (CNV)

– contato com fases distintas da argila

– construção de objetos de cerâmica

– apresentação de distintas formas de acabamento/pintura (fria e esmaltada)

– construção de um jardim, com composição de espécies, pedras (conforme o local que a peça ocupará)

– material incluso — argila, tintas, queima (até duas peças pequenas por mês), terra, mudas, pedras etc

Cada aula tem atividades diferentes, onde cada um trabalha a sua peça. Em cada encontro novo cardápio, com explicações sobre os sabores e combinações. A atividade terá começo, meio e fim, portanto é importante todos chegarem no mesmo horário.

Aqui estou explicando a importância de se valorizar e conhecer as frutas nativas que são encontradas em feiras orgânicas.

Quem é a Sílvia

Desde a infância, sempre fiz muitas coisas ao mesmo tempo. Toquei piano, joguei vôlei, fiz aulas de desenho e pintura, fui líder de turma, cantora de coral, tesoureira, enfim, sempre tive uma agenda cheia. Fiz magistério e abandonei a profissão, porque o meu desejo de sair de casa era maior do que qualquer outra coisa. Iniciei o curso de “Belas Artes”, depois de ter participado das primeiras turmas de desenho e pintura do Atelier Livre de Cachoeira do Sul no começo da década de 80. Mas como me sentia um peixe fora d´água naquele momento no interior, precisava cursar algo na Capital e que não tivesse na minha terra natal.

Em boa parte da vida, fui obrigada a ser só jornalista. Em 1996, descobri a cerâmica na The International People College, na Dinamarca, e desde 2001, nunca mais parei de mexer com diferentes tipos de argila. Editei e escrevi diversas publicações na área ambiental, coordenei a comunicação de projetos e de organizações governamentais e não governamentais, fui consultora do Ministério do Meio Ambiente, da FAO, além de ter sido repórter em diversos veículos impressos e digitais. Fui blogueira no Mercado Ético por cinco anos e atualmente tenho meu blog no Medium.

Hoje, depois de ter sido síndica por três mandatos consecutivos, ter feito muitas outras coisas na comunicação e também por ter sido obrigada a parar por questões de saúde, quero empregar seus conhecimentos e experiências para as pessoas serem mais felizes e conscientes.

Quero dar e receber com o “campo” do grupo e oferecer possibilidades de livre aprendizagem com a utilização da Fluxonomia (uma forma de explicar as possibilidades de fluxo entre as dimensões Cultural, Ambiental, Social e Multimoedas da sustentabilidade), da Comunicação Não Violenta (CNV), da Investigação Apreciativa e de outras de atividades aplicadas no Art of Hosting (AoH), a arte de anfitriar conversas significativas, no Seminário Insight e na Especialização em Coordenação de Grupos, da Sociedade Brasileira de Dinâmica de Grupos (SBDG).

Serviço

Curso “Da argila ao jardim — sustentabilidade na prática”
Quintas-feiras das 18h às 20h30
Primeiras cinco inscrições pagas com dinheiro R$300,00 a mensalidade (também podem ser feitas trocas 4D — explico melhor por email ou in box)
É importante que todos cheguem no horário marcado.
Vagas limitadas (máximo sete pessoas, na primeira turma)

Mais informações
Email sustentabilidadenapratica510@gmail.com
whattsApp 51 993 416213

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