Inauguração de casa de cultura em Caçapava do Sul evidencia o poder da colaboração no desenvolvimento local
A cultura do interior do Rio Grande do Sul é riquíssima e não só merece, como precisa ser mais conhecida e valorizada pelos próprios gaúchos. Depois da pandemia, as pessoas deverão viajar para localidades mais próximas, por vários motivos, além da alta do dólar.
Essa foi uma das tônicas da 11ª edição da nova temporada do programa Nas Ondas da Transição. O encontro do dia 21 de outubro, contou com a participação das jornalistas e produtoras culturais Gisele Teixeira,Rúbia Frizzo e a presença ilustre do próprio Juarez Teixeira, que inaugurou na data a Casa de Cultura com o seu nome em Caçapava do Sul. O tema da live, Memória, História, Economia Criativa e Sustentabilidade gerou insights entre as participantes e entre os que assistiram. Vale conferir!
Gisele contou a experiência de organizar o acervo de mais de 500 objetos em poucos meses e o desafio de arrumar tudo com a colaboração da comunidade. Também revelou a alegria de ter promovido mais de 30 serenatas, o que oportunizou ajudar músicos da cidade que estavam sem conseguir tocar. Essa foi uma das formas também de mobilizar a cidade para conhecer e contribuir com a iniciativa. “A Casa gastou 40 reais para produzir esse projeto que foi viabilizado com doações da comunidade, demos prioridade para casas de saúde, locais com idosos,” informou Gisele, que só agilizou tudo isso porque não conseguiu voltar, devido à pandemia, para Buenos Aires, onde fixou residência por 12 anos.
O espaço conta como era a vida cotidiana no campo e na cidade nos séculos XIX e XX. A Casa de Cultura Juarez Teixeira tem 13 ambientes, além de um pátio cultural ao ar livre. Parte do local reproduz uma casa antiga com seus respectivos objetos, como sala de jantar, quarto de casal e das crianças, cozinha e galpão.
Nas salas há objetos de diferentes naturezas, como, por exemplo, utensílios para costura e artesanato em lã (como máquinas, ferros de passar, teares e rocas) e instrumentos usados por profissionais como barbeiros, médicos, padres, sapateiros. Um deles mostra como a tecnologia evoluiu rapidamente nos últimos anos e inclui objetos de imagem e som.
Entre as peças mais significativas da Casa estão o órgão da Igreja Matriz, de 1930, que estava abandonado e foi totalmente reformado, e dois pianos restaurados. O acervo inclui objetos curiosos, que vão desde uma palmatória até placa e carteira de condutor de veículos de tração animal. Diversos moradores de Caçapava do Sul colaboraram com a iniciativa, restaurando móveis, objetos e as empresas da cidade também auxiliaram no transporte de móveis, como um dos pianos.
Confira a programação de inauguração no instagram da Casa de Cultura
Um presente para Caxias do Sul
Rúbia Frizzo, que foi secretária de turismo de Gramado e Caxias do Sul, ficou encantada com a iniciativa da família caçapavana. Comentou o quanto é fundamental a participação da comunidade em projetos como esse. Ela explicou a situação inclusive eu a área da Maesa, que impulsionou a indústria metalmecânica de Caxias do Sul, só foi preservada devido à mobilização da sociedade. Ela escreveu o livro MAESA – poema arquitetônico, onde conta um pouco do pioneirismo da Eberle na região.
Rúbia salientou o quanto a cultura é crucial para o desenvolvimento de uma região. Ela atua em projetos na Serra gaúcha. Ela tem uma expressiva experiência no assunto. É presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Caxias do Sul, membro titular do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (COMPAHC), membro do Conselho de Planejamento de Caxias do Sul e de Gramado, Membro do Conselho de Administração da Gramadotur e Diretora de Cultura e Desfiles da Festa Nacional da Uva.
As histórias das duas revelam o quanto a cultura é uma das dimensões da sustentabilidade, conforme preconiza a Fluxonomia 4D. Citei na live o livro Desejável Mundo Novo , onde tive contato pela primeira vez com essa forma inusitada de ver o mundo. A Fluxonomia, termo criado pela Lala Deheinzelin, serve como uma metodologia para que possamos enxergar potencialidades de recursos tangíveis e intangíveis para fomentar conexões e promover várias coisas, inclusive o desenvolvimento de programas e projetos para cidades.
Confira aqui alguns textos que escrevi sobre a Fluxonomia 4D, que pode contribuir com metodologia para traçar planos para diversas finalidades, incluindo a Economia Criativa.
Conversa sobre Fluxonomia abre novas formas de enxergar oportunidades
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