Um livro para aguçar memórias e degustar o presente

Uma ótima novidade para os filhos e amantes de Cachoeira. O livro dos 200 anos, Cachoeira do Sul #belaquesóela pode ser acessado pela web, e daqui dessa página!. A publicação é resultado da união de esforços de muita gente. A colaboração entre historiadores, fotógrafos, arquitetos, enfim pessoas que fazem a diferença para que a cultura do município seja valorizada, tornou a obra possível. Graças à Associação Cachoeirense de Amigos da Cultura (Amicus) e a patrocinadores, empresas e prestadores de serviços da cidade.

A primeira edição do livro, com capa dura, papel couchê, tamanho 30X30cm, esgotou-se rápido. Quem estava na lista dos que compraram antecipadamente conseguiram seus exemplares. É claro que eu não podia perder essa oportunidade, garanti o meu e comprei exemplares para presentear.

A proposta editorial me transporta para ângulos inusitados de uma cidade que não saiu de dentro de mim. Ali vivi e ainda vivo – vou seguido para lá – momentos que denotam que não devo ter nascido ali por um acaso. A Cachoeira do livro e da minha memória é mágica, repleta de encantos. Embora as imagens sejam principalmente das belezas arquitetônicas e da exuberante paisagem, logo minha mente fica imaginando as aventuras e as ruas cheias de gente do tempo que morei lá.

Arrisco em dizer que a época que vivi em Cachoeira foi uma das melhores da história do município. Um tempo que a Escola Superior de Artes Santa Cecília movimentava a programação cultural, com espetáculos, concertos, exposições. Uma época com bandas marciais, incluindo a banda do Roque Gonçalves, da escola municipal Baltazar de Bem e da Sociedade Rio Branco (onde o meu pai tocou bombardino, sob a regência do Wili Simonis e da Marúcia Castagnino).

Havia muitos campeonatos esportivos entre os estudantes dos colégios, que tinham numerosas turmas, da manhã à noite. Mas principalmente, porque naquele tempo, as famílias eram cheias de crianças. Os pátios não tinham grades e eram repletos de árvores frutíferas. Havia muito espaço para aventuras, como um campinho em frente a minha casa, na rua Riachuelo. Lá, aprendi a caçar vaga-lumes. A vizinhança promovia grandes festas juninas, com uma fogueira de mais de três metros de altura, cuja brasa demorava dias para apagar. Podíamos ficar até tarde na rua brincando de se esconder, de pega-ladrão, de mamãe-eu-posso-ir, caçador.

Isso sem falar da era de ouro dos clubes, dos CTGs. Carnaval em Cachoeira era diversão certa, muita gente frequentou as noites da Sociedade Rio Branco, do Clube Comercial e da Sociedade União Cachoeirense (SUC). E na Semana Farroupilha, a programação contava com dois fandangos por noite, um em cada CTG ou no Arrozão. Bah, e a Festa Nacional do Arroz era enorme, com as indústrias da cidade exibindo bombas de água, implementos agrícolas e grandes estantes cheios de atrativos! Foi na Fenarroz de 1988 que me dei por conta: preciso expandir horizontes, não posso ficar só nesse lugar…

Por isso que quando folheio o livro com as belíssimas fotos do Robispierre Giuliani, do Renato e do Maurício Thomsen, do César Roos, do Ernani Marques, do Mário Kämpf, do Rodrigo Sklar, com a organização da Mirian Ritzel, me dá um certo aperto no peito. O que eu seria se tivesse ficado em Cachoeira? Ou ainda, o que podemos fazer pela cidade? O que está ao nosso alcance para que o próximo livro, audiovisual, ou seja lá o que existir daqui a 100 anos, continue tocando tanto os corações dos que virão? Qual é a Cachoeira que temos e a Cachoeira que queremos? Que tal começar a pensar… para que possamos ter muitas coisas lindas para registrar e talentos cachoeirenses para nos contar.

Link para o PDF do livro: https://issuu.com/amicus-cachoeira/docs/livro

Foto de Renato Thomsen

4 comentários em “Um livro para aguçar memórias e degustar o presente”

  1. Fernando Jungbluth Corrêa

    Oi querida Silvia!
    E da sim um aperto no peito, só de lembrar de parte desses momentos, mágicos vividos na infância em Cachoeira. E os amigos então, bons tempos…
    Parabéns!

  2. Helenita dos Santos Melo

    Chica querida, bateu uma saudade aqui…
    Eu morei na General Portinho e lembro desse campinho porque ficava na frente da minha casa!
    Tu não eras nascida ainda!
    Um grande beijo, querida colega do Coral UNIVALE. 💋

    1. Olá! que bom ler tua mensagem! Aquele tempo da década de 70, aquela região fervia! Era uma gurizada! e rolavam muitos jogos e brincadeiras no campinho! Tivemos uma infância e uma adolescência maravilhosos em Cachoeira. Eu também tenho saudades de cantar… abração!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima